quarta-feira, 15 de junho de 2011

A RELIGIOSIDADE NA "MELHOR IDADE"


            

 A RELIGIOSIDADE NA TERCEIRA IDADE
Origem do texto: cadurinaldi.files
estrutura-de-um-paper.pdf
Carlos Eduardo Mendonça Rinaldi
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Bacharelado em Teologia (TEO 0071)- Psicologia da Religião
18/02/09



A Religiosidade na Terceira Idade
Foto: Getty Images (RF)
RESUMO

A religiosidade na terceira idade. A pessoa humana é uma totalidade, envolvendo diversas dimensões: a  biológica, a psíquica a social, a espiritual. E faz parte da missão evangelizadora da Igreja zelar para que todas essas dimensões sejam adequadamente desenvolvidas. Dessa forma, o processo de envelhecimento suscita não só problemas médicos e sociais, mas também religiosos e espirituais, já que o ser humano, dotado de liberdade, é capaz de se relacionar com o Absoluto.

Sem essa referência a transcendente, a realidade humana aparece mutilada. Veremos através deste Paper situações que envolvem a religiosidade na terceira idade.

1. INTRODUÇÃO

Considerando o direito que têm todas as pessoas de viver com suas próprias crenças religiosas e de não ser impedidas no exercício do culto, inclua-se, dentro do conjunto de serviços que se brindam aos anciãos, a assistência espiritual conforme sua religião. Daí a necessidade de respeito à religiosidade das pessoas da terceira idade por parte de quem trabalha com elas. Isso não significa, como se poderia crer, aproveitar da eventual fraqueza mental ou física do ancião para lhe impor uma religião, a qual seria, nesse caso, assumida mais por temor do que por amor.

Religiosidade na "Melhor Idade"
Foto: Getty Images (RF)
Respeitar e cultivar a religiosidade do idoso é ajudá-lo a descobrir os valores  humanos religiosos de sua idade e a viver esse tempo de sua existência na serenidade e na paz que só Deus sabe dar. É ajudá-lo a descobrir que mesmo os sofrimentos podem ser ocasião de crescimento interior, tanto para o que sofre quanto para os outros. É interessante notar como as pessoas de meia-idade vivem um processo religioso em que o ego abandona ou relaxa algumas de suas defesas, permitindo que a presença benevolente e misericordiosa de Deus penetre em seu ser, em meio a alegrias e sofrimentos. A velhice poder ser, e pode ser de forma característica, um tempo de colher frutos, um tempo de madureza e serenidade conquistadas talvez a duras penas, um tempo de experiência multiplicada, chama da verdadeira sabedoria, desenvolvendo assim sua religiosidade.

2. PSICOLOGIA E A RELIGIÃO NA TERCEIRA IDADE

O homem moderno sente, cada vez mais, falta de apoio nas confissões religiosas tradicionais. Reina atualmente uma grande incerteza no tocante a assuntos religiosos. A nova perspectiva desenvolvida por Jung (1978, p. 3) permite-o suma compreensão mais profunda dos valores tradicionais e confere um novo sentido às formas cristalizadas e esclerosadas. As confissões de fé são formas codificadas e dogmatizadas de  experiências religiosas originárias. Os conteúdos da experiência foram sacralizados e, via de regra, enrijeceram dentro de uma construção mental inflexível e, frequentemente, complexa. O exercício e a repetição da experiência original, segundo Jung (1978, p. 5) transformaram-se emérito e em instituição imutável, sto não significa necessariamente que se trata de uma petrificação sem vida, pelo contrário, ela pode representar uma forma de experiência religiosa para inúmeras pessoas, durante séculos, sem que haja necessidade de modificá-la.

A religiosidade na Terceiira Idade
Foto: Getty Images (RF)
O protestantismo, que derrubou alguns dos muros cuidadosamente erigidos pela Igreja, não tardou a sentir os efeitos destruidores e cismáticos da revelação individual, segundo Jung (1978, p. 8). Quando caiu a barreira dogmática e o rito perdeu a autoridade de sua eficácia, o homem precisou confrontar uma experiência interior sem o amparo e o guia de um dogma e de um culto, que são a quintessência incomparável da experiência religiosa, tanto cristã como paga. Segundo Jung (1978, p. 8) protestantismo perdeu, quanto ao essencial, todos os matizes mais sutis do cristianismo tradicional: a missa, a confissão, grande parte da liturgia e a função do sacerdote como representante hierárquico de Deus. Devo advertir que esta última afirmação não constitui um julgamento de valor, e nem pretende sê-lo. Restrinjo-me a assinalar fatos. Em compensação, porém, com a perda da autoridade da Igreja, o protestantismo reforçou a autoridade da Bíblia. A Igreja compreende a vida de Cristo, por um lado, como um mistério histórico, e por outro, como um mistério permanente, o que se torna especialmente claro na doutrina do sacrifício; sendo a procura pelo homem de se desenvolver como um ser racional e religioso faz as relações entre os seres humanos por vezes catastróficos. Entendendo assim a busca na terceira idade por uma religiosidade que nunca antes havia sido estabelecida.


Segundo Jung (1978, p. 9):

Religiosidade na "Melhor Idade"
Foto: Getty Images (RF)
“A vida de Cristo não constitui exceção, porque não são poucas grandes figuras
históricas que realizaram, de modo mais ou menos perceptível, o arquétipo da vida
heroica, com suas peripécias características. Mas o homem comum também vive
inconscientemente as formas arquetípicas; no entanto, devido à ignorância
generalizada em matéria de psicologia, não as reconhece”.


Em última análise todos os acontecimentos psíquicos se fundam no arquétipo e se  acham de tal modo entrelaçados que é necessário um esforço crítico considerável para distinguir com segurança o singular do tipo, isto é, a Psicologia da Religião. Disso resulta que toda vida individual é, ao mesmo tempo, a vida  da espécie. O individual é sempre histórico, por se achar rigorosamente vinculado ao tempo.

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